Obras de conservação das fachadas Norte e Poente no Mosteiro de Alcobaça vão finalmente avançar

João Oliveira Notícias 1 Comments

Foi celebrado esta manhã o auto de consignação das obras de conservação das fachadas Norte e Poente do Mosteiro de Alcobaça entre a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) e a STB – Reabilitação de Património Edificado. A cerimónia desta manhã permite que as obras de conservação possam finalmente iniciar-se.

Hoje é um dia felicíssimo e fica marcado na agenda do Mosteiro de Alcobaça e da Direção-Geral do Património Cultural. Não é todos os dias que se consigna uma obra deste montante, uma obra que é ansiada há tantos anos e que tem a ver com a conservação da fachada do Mosteiro, que nunca foi intervencionada”, referiu Ana Pagará, Diretora do Mosteiro de Alcobaça, durante a cerimónia.

A obra de intervenção em Alcobaça compreende duas empreitadas e foi preciso esperar um ano para iniciar a segunda, depois das obras na Porta Conventual e Loja, algo que foi referido por Ângelo Costa Silveira, arquiteto responsável pelo projeto: “É uma grande satisfação estarmos aqui, depois deste parto tão difícil, desta demora, mas isto também nos ensina e tem sido essa troca de impressões com a Transparência e Integridade… De facto não é da nossa parte, é das instituições, e tem muito a ver com as linguagens que são utilizadas nas comunicações e que tantas vezes atrasam procedimentos. Aprendemos todos muito com o Pacto de Integridade”.

Da parte da STB, empresa que vai começar as obras de conservação no Mosteiro de Alcobaça, este era um momento há muito esperado.

“Estávamos há quase um ano numa ansiedade para começar esta obra e este projeto. Felizmente acabou por iniciar-se e esperamos que seja a partir de hoje que as coisas vão começar a funcionar”, revelou Antero Rebelo. “Não estamos na contratação pública, mas estamos muito interessados em manter aquilo que nós temos que faz parte da nossa História e do nosso património”.

O Pacto de Integridade como ferramenta de monitorização cívica

A obra de conservação das fachadas Norte e Poente do Mosteiro de Alcobaça fazem-se ao abrigo de um Pacto de Integridade, uma ferramenta de monitorização cívica criada pela Transparência Internacional nos anos 1990 e que tem como objetivo aumentar o escrutínio sobre a contratação pública e a utilização de fundos europeus pela sociedade civil.

“Há cinco anos fizemos um novo plano de gestão dos riscos de corrupção e infrações conexas da DGPC, que é um documento obrigatório e que deve contemplar um conjunto de procedimentos e boas práticas que as empresas pretendem desenvolver no seu seio. Na altura foi-nos pedido que lançássemos uma medida mais inovadora e foi assim que surgiu a ideia de aplicarmos, pela primeira vez, um Pacto de Integridade”, explicou Sílvia Estevão, responsável pela Unidade de Auditoria Interna da DGPC.

“O que é, no fundo, o Pacto de Integridade? É uma boa prática que, para além de escrutinar esta obra, pretende introduzir, ao nível da comunidade, uma maior divulgação e maior compreensão daquilo que é o projeto e o que é intervir num monumento como este, que é Património Classificado da UNESCO”.

Apesar de ter sido criado na década de 1990 pela Transparency International, é a primeira vez que o Pacto de Integridade está a ser implementado em Portugal. Atualmente, há 17 projetos a serem desenvolvidos em 11 países da União Europeia.

“O Mosteiro de Alcobaça é uma obra que conta com financiamento europeu, da mesma maneira que outros colegas estão, noutros países, a desenvolver projetos idênticos também em obras financiadas pela União Europeia”, explica Karina Carvalho, Diretora Executiva da Transparência e Integridade.

“O que o Pacto de Integridade faz é juntar no mesmo fórum de responsabilidade uma organização da sociedade civil, que somos nós; uma entidade contratante, que é a DGPC; e as empresas que são responsáveis pela execução destas obras. Hoje é um dia muito feliz para o Pacto de Integridade porque um novo parceiro se junta à equipa”, prossegue.

Serão objeto de intervenção nesta obra a conservação e restauro da cantaria, vitrais e portal; a conservação dos rebocos e respetivas pinturas; a recuperação das caixilharias dos vãos e respetivos gradeamentos; a reparação e reforço do sistema dissuasor de pombos; a melhoria dos acessos e da segurança das escadas; a recuperação dos pátios interiores da galeria de exposições.

Consulte informação mais detalhada sobre os prazos e os custos desta obra.

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